20 de setembro de 2014. Foi esta a data que marcou o nascimento de uma banda de quatro amigos, que decidiram juntar-se por duas razões que os unem: a amizade e o gosto pela música.
Sendo todos os elementos integrantes de um grupo de escuteiros, foi em meio à atmosfera criada no mesmo, o companheirismo e a união em torno de uma fogueira, que levou João Estrada, João Branquinho, Alexandre Costa e Mariana Vieira a criar os JJAM. Mais tarde surgiu outro elemento, Leandro Leitão.
"Quando pensamos no que nos levou a juntar, achamos que veio muito pelo espírito de escuteiro, de estarmos ali todos juntos, à volta de uma fogueira, a tocar música", contou o grupo, acrescentando que, com essa atmosfera criada em grupo, as músicas que tocam não têm importância, "porque até podem ser músicas de escuteiros, como podem não ser, podem ser más como podem ser boas; o importante é que no final nos divertimos".
Com influências várias, que vão desde o pop, ao rock, alternativa e acústica, JJAM é um grupo que iniciou o seu percurso com "covers", mas que nos dias de hoje pretende inteirar-se mais com temas originais. "Mesmo que os covers acabem por ser uma criação nossa, porque tentamos dar-lhe um toque próprio, transformando-as, queremos apostar mais em originais", afirmaram, confessando que estão ainda a preparar um novo tema, tendo já apresentado um primeiro em atuações anteriores.
Estivemos à conversa com quatro dos cinco elementos do grupo no seu local de ensaio, a residência de um familiar de Leandro Leitão, o último a integrar a banda.
"O Leandro entrou de repente para os JJAM. Num dos concertos, o Estrada tinha o braço partido e precisávamos urgentemente de alguém que tocasse connosco. Aí descobrimos o Leandro. Depois de percebermos que tocava bem, e de numa semana ter aprendido os nossos temas, decidimos convidá-lo a juntar-se a nós", referiram. "Mesmo tendo entrado de empréstimo, o Leandro acabou por trazer a artilharia atrás, como é o caso desta sala, que se tornou o nosso abrigo", terminaram, divertidos.
Contando já com oito atuações no seu primeiro ano de existência, a banda prepara-se para o concerto a realizar no dia 11 de agosto, nas Festas de Santa Comba Dão, bem como uma atuação especial para celebrar o seu primeiro aniversário, para o qual reservam algumas surpresas.
Confira aqui a entrevista com os JJAM, banda de João Estrada, na voz e guitarra, João Branquinho na bateria, Alexandre Costa na guitarra, Mariana Vieira na voz, e Leandro Leitão no baixo.
O que vos levou a iniciarem este projeto como banda?
Começámos todos nos escuteiros a tocar nas missas, até que o Estrada e o Alexandre acharam por bem juntar-se e tentar algo diferente. Aí perceberam que precisavam de mais pessoas, e então aos dois reuniram-se a Mariana e o João Branquinho.
E o que vos incentivou realmente?
Pensamos que tudo surgiu muito pelo espírito de escuteiro, de estarmos ali todos juntos à volta de uma fogueira a tocar música, fossem elas de escuteiros ou não. E nesse momento tanto podes estar a tocar a melhor música escutista, como podes estar a tocar qualquer outra, a tocar bem como a tocar mal, o importante é que no fim nos divertimos.
E como reagiu a vossa família e amigos quando decidiram criar os JJAM?
Como nós. Nunca pensámos nos JJAM como o projeto que é hoje, mas sim como um passatempo, algo que nos distraía e divertia, e sobretudo algo que gostávamos de fazer. Quando demos por isso, tínhamos uma coisa mais séria em mãos; séria, mas também divertida. É um projeto dos cinco, pelo qual lutámos e continuamos a lutar, pois tudo aquilo que está aqui, este material, é nosso.
E este material, como é que o conseguiram?
Com o dinheiro que conseguimos dos concertos. Ainda não recebemos nada para nós. Tudo aquilo que angariamos vai para o equipamento de que precisamos para fazer o que fazemos. Começámos com material emprestado, mas hoje temos material nosso.
Porquê JJAM? Por que escolheram esse nome para a banda?
É uma boa pergunta. Andámos bastante tempo à volta do nome, quase em desespero. Parecendo que não, essa é uma das partes mais difíceis de uma banda - encontrar um nome. Entretanto resolvemos juntar as iniciais e jogar com elas, reunindo-as numa só sigla. JJAM - J de João, J de João, A de Alexandre e M de Mariana. Agora, com o Leandro, faltava inserir o L, mas digamos que, tendo ele entrado depois, fica como "anzol" do grupo.
E qual é a vossa maior inspiração?
Isso depende muito, pois cada um de nós pode ou não ter uma inspiração individual. Contudo, como grupo, talvez seja o facto de estarmos todos juntos, pois nos ensaios acabamos sempre a inspirar-nos uns aos outros. Por exemplo, o João começa a tocar um ritmo e o Alexandre junta qualquer coisa que lhe vem à cabeça. Aí, o Leandro vem com algo que vá ao encontro daquilo que estamos a tocar, e a Mariana no final pega no microfone e começa a cantar, nem que seja simples murmúrios. Basicamente pegamos em pequenas coisas para criar um todo, independentemente se dá em alguma coisa ou não. É espontâneo. Chamamos-lhe "JJAM Session".
20 de setembro de 2014 é a vossa data de nascimento. Quantos concertos já deram?
Até agora, contamos com oito atuações.
E para os próximos tempos, já contam com alguma coisa?
A próxima atuação é nas Festas de Santa Comba Dão. Para outras futuras, estamos a fazer alguns contactos, mas com mais certezas podemos dizer que estamos a organizar um concerto para celebrar o nosso primeiro aniversário.
Falando nas Festas de Santa Comba Dão. Como surgiu a oportunidade para essa atuação?
Recebemos um convite por parte do vereador João Tomás, para atuarmos no dia 11 de agosto.
Têm alguma expetativa?
Esperamos essencialmente puxar pelo público, sendo esse o nosso principal objetivo - puxar pelo público e animar as pessoas. Não queremos que se limitem a ficar ali a olhar para nós e a bater palmas de vez em quando, como se forçados a fazê-lo. Queremos sim que nos mostrem algo mais. Queremos sentir que estão a apoiar-nos de forma sincera, pois é disso que precisamos, e é isso que procuramos fazer em palco: demonstrar aquilo que somos com a maior sinceridade possível.
E quanto à atuação em si, imaginam que pode haver alguma diferença?
A maior diferença será mesmo o público, tanto em número como em género, e o ambiente. O público porque vamos encontrar pessoas diferentes, possivelmente algumas de outra nacionalidade, com gostos musicais próprios. E o ambiente porque tocares em espaços fechados não tem nada a ver quando te encontras no palco principal de um evento ao ar livre.
Acham que o público vai reagir bem à vossa música?
Como referimos antes, sabemos que vão estar várias pessoas presentes, desde as nossas famílias e amigos, a pessoal de Santa Comba Dão e de fora da cidade, bem como estrangeiros. Ainda assim, achamos que vão reagir bem à nossa música. Pelo menos, estando nós ali a dar o nosso melhor, esperamos que reajam bem.
E não querem deixar uma mensagem para que venham assistir ao vosso concerto nas Festas?
Claro. Queremos que as pessoas venham e nos vejam como realmente somos. Que nos vejam com olhos de ver, e mostrem a mesma sinceridade que procuramos demonstrar com o nosso trabalho em palco. Porque, como costumamos dizer entre nós e para quem nos quiser ouvir: *"JJAM não é só improviso".
*Nota: "Jam" é um termo usado no jazz que significa "forma de improviso".